Especialistas alertam para o risco de uma abordagem genérica e descontextualizada, que pode não atender às necessidades específicas dos alunos e do currículo escolar
O governo do Estado de São Paulo decidiu adotar o ChatGPT para produção de aulas digitais ao invés de professores. A decisão tem gerado controvérsias e preocupações entre especialistas e profissionais da educação.
Até então, a produção do material didático era realizada por professores curriculistas, especialistas na elaboração de conteúdos educacionais. Com a nova diretriz, esses profissionais serão relegados a um papel secundário, limitados a avaliar e ajustar as aulas geradas pela inteligência artificial, deixando de lado sua expertise e criatividade na construção de material pedagógico de qualidade.
Embora a Secretaria de Educação tenha destacado que a inteligência artificial será configurada com base em referências concedidas pela própria secretaria e por materiais de outros autores, há preocupações quanto à adequação e qualidade do conteúdo gerado.
Especialistas alertam para o risco de uma abordagem genérica e descontextualizada, que pode não atender às necessidades específicas dos alunos e do currículo escolar.
Além disso, a decisão de acelerar a produção de material didático, aumentando a carga de trabalho dos professores para a entrega de pelo menos seis aulas por semana, levanta questões sobre a sobrecarga e o esgotamento desses profissionais, que agora precisarão lidar com um volume maior de material para revisão e edição em um prazo mais curto.
Os problemas anteriores encontrados no material digital produzido pelo governo, como erros gramaticais, conceituais e de conteúdo, geraram críticas e questionamentos sobre a capacidade da inteligência artificial em garantir a qualidade do ensino.
A volta parcial à utilização de livros didáticos impressos, após a constatação da inviabilidade do uso exclusivo de material digital, evidencia as falhas na estratégia educacional adotada pela atual gestão, apontam sindicatos.
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